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A Fecundação In Vitro (FIV) é o tratamento mais adequado quando a Inseminação Artificial não resulta em gestação, se nenhuma das trompas ovarianas é permeável, ou mesmo no caso de o estado de infertilidade ser de causa masculina moderada. Fazer uma FIV significa realizar em laboratório a fecundação entre o óvulo e o espermatozóide, sob condições estéreis, a 37 graus de temperatura e a 5% de concentração de CO². Esse procedimento consiste em estimulação hormonal dos ovários, punção dos óvulos, inseminação destes gametas, cultivo dos embriões in vitro e transferência embrionária. No caso de haver embriões excedentes, eles são congelados a menos 196ºC, e mantidos no banco de embriões do Instituto. Feita a opção por esse tratamento, cria-se uma planilha com as datas e os medicamentos que serão utilizados, e como e quando devem ser administrados. A paciente passa pela estimulação ovariana exógena no próprio consultório. Através de injeções subcutâneas, em um período de 8 a 11 dias, e monitoramento por meio de ultra-som e dosagens hormonais, sabemos o dia em que os folículos estão adequados, administramos o último medicamento e realizamos, 36 horas depois, a punção dos folículos, com a obtenção dos óvulos. Como nem todos os óvulos obtidos pela aspiração são fecundados e, destes, nem todos formam embriões com capacidade implantatória, é necessário recuperar um número maior que o natural, um óvulo ao mês. Por meio de medicamentos, os óvulos são recrutados e iniciam um processo de crescimento e amadurecimento, quando então se administra o último medicamento induzindo a maturação do óvulo e sua ovulação, passadas 36 horas. O próximo passo é recuperar os óvulos antes que a ovulação se consolide, o que é feito através de uma punção transvaginal guiada por ultra-som e sob leve sedação. O procedimento dura de 10 a 15 minutos e a paciente permanece na clínica durante cerca de 30 a 40 minutos, até receber alta. Enquanto se realiza a punção aspirativa dos óvulos, o parceiro colhe o sêmen para que esse seja capacitado. No laboratório, os óvulos são avaliados quanto à qualidade e tratados de maneiras distintas (para FIV convencional ou com ICSI); e o sêmen, processado a fim de que se possa produzir a fecundação.No caso da FIV, os espermatozóides previamente tratados e selecionados são colocados em contato direto com os óvulos. Esse procedimento requer uma concentração mínima de espermatozóides capacitados (3 milhões de espermatozóides móveis normais). Os óvulos captados na punção são colocados em contato com espermatozóides já capacitados e incubados por 17 a 20 horas. Após esse período, verifica-se a ocorrência de fecundação. Uma vez fecundados, os embriões permanecem de dois a seis dias no laboratório, e então são transferidos para o útero. A transferência embrionária é realizada através de um fino catéter, que é introduzido até a cavidade uterina, guiado por ultra-som sem a necessidade de anestesia. De acordo com a Lei 1.358/92 do Conselho Federal de Medicina, podem ser transferidos no máximo quatro embriões, embora a tendência atual seja diminuir esse número com o intuito de se reduzir o número de gestações múltiplas, que muitas vezes oferecem riscos à saúde da mãe e dos bebês. Os resultados obtidos com essa técnica variam de serviço para serviço, mas no IBRRA se encontram acima de 58% por ciclo transferido (dependendo do caso chegam a 65%). As principais complicações são: gravidez múltipla (que ocorre em mais de 40% dos casos quando se transferem 2 ou 3 embriões classificados de boa qualidade em um serviço de alta complexidade) e a síndrome da hiperestimulação ovariana (que ocorre em menos de 2% das pacientes).O IBRRA hoje apresenta uma das maiores taxas de gestação por ciclo e a menor taxa de gestação múltipla do país.